Que tempo urge e ruge,
Enquanto a primavera ensaia,
Ainda na invernada,
O amarelo vivo do ipê que surge.
Meus pecados em dia estão,
O que mais meus opositores dirão,
Se a minha franqueza é estranha ?
Corroendo, caóticamente, minhas entranhas
Correndo, efusivamente, minhas manhas
Coentros, efusões, ervas daninhas
Condimentos, alimentos, pajelanças.
Atormentam-me os costumes
E o relativismo das possibilidades.
Vejo as criaturas sem lume
Quando os tenho humanamente,
Um humanismo forjado,
Hipócritamente lajeado.
Criamos o criador
E com olhos semi-abertos
Propagamos a sua semelhança: nós.
Já não mais órfãos,
A catarse humana
Pelo silêncio do universo se esparrama,
Junto as estrelas -
O catálogo das divindades.
Se não sabemos
Sem alma nos sentimos.
Se temos
Não basta possuirmos.
Se descobrimos
Não é suficiente destruirmos.
Nos projetamos
Tão distantes de nós mesmos,
Porque queremos crer
Que não somos somente isto.
Porque nos julgamos
E temos a estética e a ética,
E a marmórea justiça.
O tempo urge e ruge
E eis que surge
A tirania do estar vivo.
Até já... refletindo...
2 comentários:
e pensava eu que a melhor definição do estar vivo, era a frase da outra: " o contrario de estar morto" .
Parabéns...pela sensibilidade e bom gosto.
Shlep.....shlep!
Olá "Nham Nham " :)
É caso para dizer... quem está vivo ... habilita.se:o)))
Beijinho para ti :o))
E bem vindo ao meu cantinho:o))
Até já ... :o))**
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