segunda-feira, 28 de maio de 2007

Estar vivo...

Que tempo urge e ruge,
Enquanto a primavera ensaia,
Ainda na invernada,
O amarelo vivo do ipê que surge.
Meus pecados em dia estão,
O que mais meus opositores dirão,
Se a minha franqueza é estranha ?
Corroendo, caóticamente, minhas entranhas
Correndo, efusivamente, minhas manhas
Coentros, efusões, ervas daninhas
Condimentos, alimentos, pajelanças.

Atormentam-me os costumes
E o relativismo das possibilidades.
Vejo as criaturas sem lume
Quando os tenho humanamente,
Um humanismo forjado,
Hipócritamente lajeado.

Criamos o criador
E com olhos semi-abertos
Propagamos a sua semelhança: nós.
Já não mais órfãos,
A catarse humana
Pelo silêncio do universo se esparrama,
Junto as estrelas -
O catálogo das divindades.

Se não sabemos
Sem alma nos sentimos.
Se temos
Não basta possuirmos.
Se descobrimos
Não é suficiente destruirmos.
Nos projetamos
Tão distantes de nós mesmos,
Porque queremos crer
Que não somos somente isto.
Porque nos julgamos
E temos a estética e a ética,
E a marmórea justiça.

O tempo urge e ruge
E eis que surge
A tirania do estar vivo.


Até já... refletindo...

2 comentários:

Anónimo disse...

e pensava eu que a melhor definição do estar vivo, era a frase da outra: " o contrario de estar morto" .
Parabéns...pela sensibilidade e bom gosto.

Shlep.....shlep!

Mi... disse...

Olá "Nham Nham " :)
É caso para dizer... quem está vivo ... habilita.se:o)))
Beijinho para ti :o))
E bem vindo ao meu cantinho:o))
Até já ... :o))**