quarta-feira, 1 de setembro de 2004

O crânio das serpentes e seus órgãos mais significativos e a sua Dentição

As serpentes possuem um crânio bem articulável, onde os ossos, em sua maioria, são independentes e interligados por músculos. Esta característica faz com que consigam se alimentar de presas com diâmetro maior que seu corpo: os ossos do crânio adquirem uma anatomia que permite à serpente engolir presas grandes, e seus órgãos internos, assim como sua pele, possuem boa flexibilidade. Os dentes são voltados para trás, o que permite à serpente segurar sua presa enquanto engole. As serpentes nunca mastigam ou dilaceram seu alimento, sempre engolindo-o inteiro.

Dentição

Existem quatro tipos de dentição nas serpentes, a saber:
. áglifa (a = ausência + glyphé = sulco) - dentição típica de serpentes não peçonhentas: não possuem presas. Seus dentes são maciços, sem canal central ou sulco externo. Jaracuçu-do-brejo, caninana, jibóia, sucuri, pítons etc. são exemplos de serpentes áglifas.
. opistóglifas (opisthos = atrás) - apresentam um ou dois pares de dentes posteriores do maxilar superior diferenciados, com sulco externo por onde escorre o veneno. Pela posição posterior das presas, raramente causam acidentes, sendo que podemos considerar estas serpentes como não peçonhentas, pois acidentes com elas são raríssimos. Falsas corais e muçuranas são exemplos.
. proteróglifas (protero = dianteiro) - possuem presas anteriores sulcadas, em maxilares imóveis, o que lhes permite inocular o veneno. A coral verdadeira, serpentes marinhas, najas, são exemplos de serpente com esta dentição.
. solenóglifas (soleno = canal) - possuem presas anteriores dotadas de um canal central por onde passa o veneno, estando em um maxilar bem móvel. Cascavel, jararaca, urutu e surucucu são exemplos de serpentes solenóglifas.As serpentes áglifas, opistóglifas e proteróglifas mordem suas presas; as solenóglifas picam. Melhor explicando: as serpentes áglifas e proteróglifas tem como único método de matar suas presas a asfixia. Elas mordem e se enrolam, praticamente com o corpo todo, na presa. Quando esta morre, a serpente começa a engolir, sempre pela cabeça. As serpentes solenóglifas dão um bote certeiro na presa, inoculam o veneno e esperam que esta morra; mesmo que a "vítima" conseguir se locomover, a serpente a localiza com auxílio de suas "fossetas loreais". Ao localizarem a presa, começam a engoli-la, também pela cabeça.

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