Em todos os livros didáticos são apontadas diferenças clássicas entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas. Mas há um pequeno detalhe: todos estes padrões foram traçados baseando-se nas víboras africanas. Em se tratando de Brasil, ou mesmo em outros Países, podem haver muitas exceções.Tem-se como padrões clássicos (visíveis) para serpentes peçonhentas: cabeça triangular; cauda terminando abruptamente; escamas ásperas e sem brilho; olhos com pupila em fenda; fosseta loreal presente. Para serpentes não peçonhentas: cabeça redonda; cauda com terminação suave; olhos com pupila redonda; escamas brilhantes e lisas; sem fosseta loreal.Muitas dessas características são válidas, mas muitas não aparecem nos animais. Analisemos pois duas serpentes que apresentam exceções:- Coral: a cobra coral verdadeira é pouco diferenciável da falsa coral. Somente uma pessoa experiente saberá distinguir uma da outra só batendo o olho. A coral verdadeira tem a cabeça redonda, olhos com pupila redonda, escamas lisas e brilhantes, não possui fosseta loreal. O padrão de cor, tão usado como referência, não pode sê-la, pois há muitas exceções, visto que muitas falsas corais mimetizam-se com as verdadeiras, buscando proteção contra predadores (lembremos que as corais verdadeiras possuem coloração apossemática, ou seja, uma combinação de cores que alertam os predadores sobre o perigo daquele animal. A falsa coral, em conseqüência do mimetismo, acaba tendo uma coloração pseudo-apossemática).- Jibóia: a jibóia é uma serpente não peçonhenta, apesar de possuir cabeça triangular, olhos com pupilas em forma de fenda, escamas relativamente opacas, cauda com terminação abrupta.Vemos, então, que devemos ter cautela ao nos basearmos nesses padrões "clássicos".
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