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Sorrateiramente, a formidável jibóia de 20 metros desliza entre os galhos de uma árvore e, de repente, sem dar à indefesa vítima oportunidade alguma de reação, salta sobre o homem e o devora de uma só vez. Histórias como essa povoam os relatos de alguns dos exploradores que, no século passado, internaram-se na selva amazônica buscando desvendar os mistérios da flora e da fauna da região. Houve até um deles, um missionário europeu, que, iludido por uma observação feita a grande distância, jurou ter visto uma jibóia com nada menos que 50 metros!Hoje se sabe que as maiores serpentes raramente ultrapassam 10 metros (registros oficiais) e que há pouquíssimos registros de ataques a seres humanos. E sabe-se muito mais sobre os hábitos dos milhares de espécimes de ofídios espalhados por praticamente todo o Planeta. Contudo, a imaginação popular continua envolvendo as serpentes num manto de fantasias: maldosas, astutas, traiçoeiras, elas seriam inimigas naturais do ser humano. Enfim, uma autêntica praga que precisa ser eliminada da face da Terra.Grave engano. Ao matá-las indiscriminadamente, o homem contribui para alterar importante elo na cadeia ecológica, como veremos adiante. Perda das extremidades pares e alongamento do corpo ocorreu, como um desenvolvimento paralelo, em diversos grupos de vertebrados, incluindo as enguias e moréias entre os peixes, as cobras-cegas entre os anfíbios, os Amphisbænidæ entre outros lagartos, além de todas as cobras. O corpo das serpentes é coberto por escamas, sendo que em algumas, há na parte inferior do corpo uma grande fileira de escamas grandes, chamadas placas transversais. A língua é estreita, flexível, semelhante a uma fita, com extremidade bífida, que serve para captar "cheiros" diversos. A língua oscila no ambiente e capta vários feromônios. Quando ela é retraída, suas pontas entram em duas pequenas cavidades no palato ("céu da boca"), chamadas de "órgão de Jacobson", onde, neste órgão, há terminações nervosas que decodificam esses feromônios. Todos os órgãos são tubulares, compridos, acompanhando a geometria do corpo. Somente o pulmão direito é funcional. Em serpentes longas existem de 200 a 400 vértebras. Há uma complexa ligação entre músculos, vértebras, costelas, e pele, arranjo este que tornam possíveis os graciosos movimentos sinuosos de uma serpente. Há quatro tipos de movimentos nas serpentes:
1 - locomoção ondulatória horizontal: locomoção característica de serpentes rápidas, caracterizada pela formação de um S pelo corpo do animal. Há vários pontos de atrito com o solo, este geralmente irregular; 2 - locomoção retilínea: característica de serpentes lentas. O atrito de todo o ventre do animal com o solo é essencial;
3 - locomoção em sanfona: envolve a extensão e a retração do corpo de um ou mais pontos de atrito com o solo. Pode ser usada em uma superfície achatada, ao rastejar através de um túnel ou trepar;
4 - locomoção por meio de alças laterais: é uma forma de locomoção encontrada em diversas víboras africanas e do oeste da Ásia e na cascavel norte americana (Crotalus cerastes). Este tipo de locomoção é uma adaptação para a movimentação rápida sobre superfícies lisas sem obstáculos, como areia ou terra muito dura. Esta locomoção é uma forma modificada da locomoção ondulatória horizontal. A serpente deixa seu corpo em forma de S, e alterna os pontos de contato com o solo dois a dois, impulsionando-se para o lado. A velocidade atingida por estas serpentes é significativa, principalmente para fugir de predadores.
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