(Umpouco sobre) Florbela Espanca ( clique aqui)

Hoje o meu dia está a ser”menos bom”
Falta-me o meu “Bom dia”
O tempo está triste… céu cinzento, nublado , triste apenas…
Lembrei-me de repente de Florbela Espanca
Uma poetiza Alentejana , uma criada de servir( como se dizia na época), que faleceu apenas com menos um ano que eu… muito nova  «de uma doença que ninguém entendeu», mas que veio designada na certidão de óbito como nevrose …Toda uma vida de desilusões, casamentos falhados , perdas irreversíveis …como a morte de seu irmão , marcaram profundamente toda a sua vida e obra …
Ano de 1930 , Dezembro, Florbela via-se com os seus problemas de saúde agravados ,( principalmente os de foro psicológico ), vindo a falecer em Matosinhos tendo sido apresentada como causa da morte, oficialmente, um «edema pulmonar». A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito.
Não querendo fazer-me passar por “coitadinha” , mas ao mesmo tempo e de certa forma identificando-me com ela, veio-me à mente algo … triste…( como todos os seus poemas são)
Passarei a citar:
"Sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada, a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte;
Alma de luto sempre incompreendida!

Sou aquela que passa e ninguém vê.....
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou! "
…
Espero ansiosamente pelo meu “Bom dia”…
Bom dia para Si…