terça-feira, 10 de abril de 2007

Pai Parabéns!

Hoje 10 de abrilde 2007, quis Deus que fosse o seu aniversário, e que aniversário meu Deus: 59 lúcidos anos!
Se eu procurasse no Registo pela data do seu nascimento havia de ser o “bonito”.
E se eu insistisse, que o pai nasceu no dia 11 em vez do dia 10, chamar-me-iam “teimosa” ou “louca varrida”.
É por isso que há por aí tantos loucos, encarcerados na sua sadia loucura, e se verdades dizem não passam de uns insanos.
Às vezes penso: se existem certos actos ditos de loucura, encarados e vistos como tal, eles têm como sublime vantagem de se concretizarem nos sonhos.
Não foram loucos os Santos, e tantas pessoas nobres que se despiram para oferecerem os trajes aos pobres!
Não são loucos os sonhadores de um mundo melhor, os que oferecem toda uma vida a uma causa maior!
Foi loucura viajar no espaço da incerteza e aterrar no império do esplendor como o fez São Francisco de Assis!
Eu sei que sou uma sonhadora: nem sempre sou o que pareço! E se pareço ser o que não sou, sou aquilo que bem conheço.
Dizia o poeta: que ser poeta é ser fingidor!
- Mas eu não finjo, obrigam-me a fingir!
- Eu não morro, obrigam-me a morrer!
- Eu não sofro, obrigam-me a sofrer!
E se sofrer tanta dor não compensa, ser solidário recompensa exigindo que a vida seja melhor onde a ela exista e aconteça.
Pai! Estas palavras são hoje inteiramente para si apesar de me ter perdido em deambulações.
Quando comecei a escrever, sem ter a menor ideia do que lhe iria dizer, sobravam-me as palavras. Agora, faltam-me as palavras que às vezes tanto me sobram.
Mas tenho tantas palavras para si, meu pai!
Ainda há pouco, enquanto conduzia, latejavam-me os sentimentos e tinha na cabeça searas de pensamentos deambulando em movimentos.
- Brotavam-me tantas emoções!
- Tantas lembranças!
- Tantas recordações!
Sabe, meu pai, herdei de si esta enorme fortuna que agora sei que desprezam: O sentido da honra; a sensibilidade; a humildade e acima de tudo a honestidade e se rica não fico, com esta riqueza tamanha, é porque me vejo aflita, quando aflita eu fico, para ajudar os seus netos.
Pai parabéns! Porque hoje completa 59 anos.
Como vê, desta vez, não me esqueci, se alguma vez esquecer o esqueci.
Que filha poderá esquecer um ser tão precioso como o pai!?
Recorda-se, meu pai, de nos declamar tanta poesia!?
Tantos poetas! Como este poema de “dia de anos” (ou desenganos), de João de Deus, que o pai recitava, sempre, em seus anos:




DIA DE ANOS


(João de Deus)

Com que então caiu na asneira

de fazer na quinta-feira

vinte e seis anos! Que tolo!

Ainda se os desfizesse...

Mas fazê-los não parece

de quem tem muito miolo!

Não sei quem foi que me disse

que fez a mesma tolice,

aqui o ano passado...

Agora, o que vem, aposto,

como lhe tomou o gosto,

que faz o mesmo. Coitado!

Não faça tal; porque os anos

que nos trazem? Desenganos

que fazem a gente velho;

faça outra coisa; que, em suma,

não fazer coisa nenhuma,

também lhe não aconselho.

Mas anos, não caia nessa!

Olhe que a gente começa

às vezes por brincadeira,

mas depois, se se habitua,

já não tem vontade sua,

e fá-los, queira ou não queira!

Acabo como comecei se acabar eu queria:

Faltam-me as palavras sobra-me a poesia.
Que este dia se repita por muitos e longos anos
Parabéns Meu Pai
Beijo sentido da sua filha
Mi

1 comentário:

Anónimo disse...

I will describe the paradox that might fascinate you. God exists and God doesn't exist. Both statements are equally correct and true! God doesn't exist because it is nowhere. You can't see it, you can't touch it and it doesn't sit anywhere in the universe. There is absolutely no God whatsoever and that's why it can't do or undo things you expect God to do. At the same time we can deal with the phenomenon of God by talking to God, writing about God, worship God, rename God by giving God different names, concepts, versions, explanations etc. We are inspired by God and create a good half of what we do because of God's existance. I will give you an example. I created a hugely powerful concept of Limus. Do you think it exists? You would say, "Well, I don't have a clue what this Limus is. At least I can say for sure that even if it does exist it is not important. In 50 years time, however, parents will say to their children, "Can you imagine, sweetie, at the beginning of 21st century people didn't even know what Limus was!!!" And children would say, "They couldn't have been so stupid, they already had computers and flew to the Moon!!" Imagine that in 5 years time the concept of Limus will take off in a big way (you can read my e-book "An Ordinary Black Cat" to find out why from www.catyourway.com) and it will turn into a major religion. People would create Limus out of... no, not nothing, but nothing more than an idea... The same with God. 5000 years ago God was irrelevant to people and nobody had a concept of God. Now, half of 6 and a half billion of us believe in God so it exists as we have created God out of... an idea. So, God is a concept, it is our mind. It is not tangable. It doesn't exist and God does exist at the same time, because our brain exist and whatever exists in the brain of billions of people ... exist, doesn't it? Well, yes and no at the same time. Read "An Ordinary Black Cat" from my web page. the 1st chapter I made available for free. If you read the whole book, though, you might really understand the paradox I was talking about. Good Luck!!