sexta-feira, 16 de setembro de 2005

SINTO

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
a cada minuto que ficamos sem teclar,
a cada instante que não temos para amar.

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
vendo-me aqui parado, sem poder fazer nada,
a não ser esperar.

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
a cada mensagem tua que chega e se vai,
engolida por esta máquina que me trai.

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
quando penso na distância física que existe,
que não perdoa, mas resiste.

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
quando quero te abraçar e não consigo,
através desse computador, infiel, inimigo.

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
quando ainda tento, ardentemente, ter você
e sou impedido, novamente, pelo PC.

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
sempre quando vejo prevalecer entre nós
a velha conhecida e traiçoeira razão,
ao invés, do apaixonado coração.

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
para alguém que todo dia te caça, te enlaça,
te prende e com toda razão.

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
por essa tua maneira encantadora de ser,
fiel e submissa ao teu imaculado viver.

Sinto,
perdendo-te aos poucos,
pela fragilidade e inocência desse amor,
que nasceu, viveu, mas que está morrendo
sem poder sair de dentro do computador.

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