sexta-feira, 15 de julho de 2005

O Filme de Roger Waters

A biografia oculta do líder Rogers Waters
Quem não conhece este lìder ?
Quem não conhece os "Pink Floyd"?
Lembrei-me de fazer uma pesquisa e ... aqui está ela...
Vamos a isso ;o)

Professor Elias Celso Galvêas
Analisado e revisado pela professora Rosália DuarteDepartamento de Educação da PUC-RJ.

O filme em questão foi idealizado e escrito por George Rogers Waters, ex-integrante do Grupo Pink Floyd, nascido em 9 de setembro de 1944, em Cambridge, na Inglaterra.
Apesar de Roger não admitir abertamente, o filme representa, de certa forma, sua autobiografia. Poucos artistas demonstraram uma visão tão sombria da sociedade moderna como Roger Waters.
Muitas de suas músicas versavam sobre a Segunda Guerra Mundial, onde seu pai, Eric Fletcher Waters (a quem o álbum "The Final Cut" foi dedicado), faleceu, dutante a invasão inglesa à cidade de Anzio, na Itália.
Rogers Waters estudou junto com Syd Barrett - o guitarrista do grupo - no Cambridge High School For Boys (um internato para somente para meninos). Sua grande mágoa, como o filme mostra constantemente, resume-se ao fato de seu pai ter morrido na guerra, em 1944.
Como músico, sua primeira apresentação em público foi em Cambridge - sua cidade natal -, num show ao ar livre, no começo dos anos 60, visando a arrecadação de fundos para a Campanha de Desarmamento Nuclear.
Rogers Waters começou sua carreira tocando junto com Syd Barret, em 1965, no grupo "The Screaming Abdabs". Porém, somente mais tarde, com a ruptura da formação original do "abdabs", o grupo muda de nome, passando a se denominar "Pink Floyd".
Após a saída do líder Syd Barret, Waters passou de simples integrante da banda a principal compositor. Este processo culminou na produção do primeiro álbum de grande sucesso do grupo: "The Dark Side of The Moon", em que todas as letras eram de sua autoria. A parti daí, a partir do início da década de 70, já com o inteiro controle do grupo em suas mãos, continuou com a produção de sucessos como "Wish you Were Here"; "The Animals"; até chegar no álbum "The Wall". Apesar do álbum musical ter sido um sucesso, o filme "Pink Floyd - The Wall" - que data de 1982 - ainda não tinha sido produzido.
Após a produção do álbum "The Final Cut", Rogers Waters abandona o grupo Pink Floyd, pensando que a banda dispersaria.
Mas, mesmo sem ele, a banda continuou a existir, trazendo-lhe muitos aborrecimentos legais. Continuou a seguir a carreira solo, sem muitos sucessos significativos - a exceção, naturalmente, do unânime sucesso do filme "Pink Floyd - The Wall", por ele idealizado.
Não foi por acaso que o filme "Pink Floyd - The Wall" fez tanto sucesso: a produção do filme recaiu sobre a responsabilidade do brilhante diretor Allan Parker que sempre teve o dom de integrar músicas a imagens, em filmes como "Fame", "The Commitments", etc., que fizeram dele um diretor muito mais lembrado pelas inesquecíveis trilhas sonoras - e habilidade em trabalhar com imagens - do que seus enredos propriamente ditos.
Por outro lado, para demonstrar sua imensa versatilidade, obteve enorme sucesso com filmes mais sérios como "Midnight Express" (Expresso da Meia-Noite) e "Mississipi burning" (Mississipi em chamas). Seu mais recente sucesso foi o musical "Evita": outro drama musicado, datado de 1996 - que, naturalmente, dispensa maiores comentários.Todavia, segundo seus próprios críticos, apenas um filme fala de Alan Parker: e este filme é justamente "Pink Floyd - The Wall". A idéia da produção do filme surgiu no início dos anos 80, devido ao sucesso obtido - na década de 70 - pelo álbum "The Wall". Este sucesso aconteceu principalmente entre as crianças e adolescentes da época. O álbum "The Wall" - obra prima da cultura psicodélica - sempre esteve "na moda" entre os adolescentes, principalemente pelo seu caráter progressista, audacioso, e revolucionário - ao ponto de colocar em xeque os valores excessivamente tradicionais que ainda vigoravam, com muita força, naquela época. O impacto que o álbum e o filme tiveram na geração dos anos 70 e 80 parece se perpetuar até hoje, pois costuma causar semelhante impressão nos jovens de hoje.O ENREDO DO FILME O super astro de Rock, Pink, interpretado pelo artista Bob Geldof, tinha, em sua agenda, muitos shows a serem realizados, muita droga para ser consumida, muita energia sexual para disperdiçar em farras, e muitos aplausos para arrancar de seu público no mundo inteiro. Porém, em algum lugar da infernal Los Angels, ele se encontra - totalmente isolado de todos - trancafiado em um quarto de hotel, sentado numa cadeira assistindo a filmes de guerra - mais especificamente: filmes relativos à Segunda Grande Guerra. Um complicado e gradativo processo interno de loucura começava a se manifestar na mente de Pink. É exatamente desta forma, sempre associando brilhantemente som e imagens, que o filme começa: já prendendo a atenção do espectador, deixando curioso e desafiando sua imaginação: é impossível não querer saber o que pode acontecer a seguir... Existe, em todo decorrer do filme, uma espécie inexplicável de alquimia, um casamente, uma conjugação jamais realizada entre som e imagem, capaz de deixar hipnotizado todos aqueles que ousam assistir ao filme. O espectador entra numa viagem psicodélica dentro da mente do protagonista - que encontra-se em visível processo de enlouquecimento. Portanto, dentro daquele quarto, nos processos psíquicos de Pink, o excesso de fantasia tende a se misturar com a realidade, obviamente deturpando-a. Pink encontra-se totalmente preso a um passado que tenta, a todo custo, resgatar. Através de memórias do passado - que se fundem indiscriminadamente com as alucinações do presente - suas viagens internas provocam estados - ora orgíacos, outrora paralizantes - que o impedem de viver plenamente o presente. E, apesar do filme não explicitar, toda a sua degradação mental e psicológica parece estar sendo agravada com o consumo de drogas; não obstante o tema principal da música contradiz o fato:"I don´t need no drugs to calm me"... Não preciso de drogas para me acalmar.É muito pouco provável que ele não as use para anestesiar o seu profundo vazio existencial...Seu processo de enlouquecimento gradativo se dá através da construção de uma verdadeira "muralha" psíquica - que acabará por isolá-lo definitivamente da realidade externa: culminará com explosão da muralha, após a tentativa de resolver vários de seus conflitos internos. O final do processo é sua morte: contudo, não fica bem claro se é a morte física ou psiquica de Pink.De qualquer forma, Por se tratar de um "Drama/Musical", não é preciso dizer que o processo de enlouquecimento gradativo de Pink irá se transformar no maior e mais profundo pesadelo que um homem pode sofrer: ser condenado à morte, através de uma série de medos e culpas que se materializarão em um "grande e gordo verme vestido de juiz" - o juiz que o julgará e o condenará por ter tido sentimentos demasiadamente humanos...É claro que isto tudo acontece como processos psicológicos internos dentro da mente de Pink. O recurso do desenho animado reforça o sentido de fantasia que o diretor desejou imprimir às cenas. Tudo isto aliado ao simbolismo interno contido nas imagens cria uma atmosfera onde realidade e fantasias alucinatórias se fundem - demonstrando todo o poder impressionista e força de expressão da arte psicodélica. O grande e gordo verme julgando um ser humano: o conhecido animalzinho peçonhento que um dia irá devorrar-nos a todos quando estivermos em nossas últimas moradas, a sete palmos abaixo da terra..."ALL AND ALL IT WAS JUST ANOTHER BRICK IN THE WALL"E que diferença tudo isto faz? No final das contas, tudo não passa de mais um tijolo na muralha!Numa visão pedagógica, esta simples sentença - trecho da música que é tema principal do filme - é suficiente para resumir precisamente os dois principais fatores que me motivaram, sem maiores pretensões, a analisar este filme, em especial:1 - identificar que "tijolos são estes que, funcionando como verdadeiros mecanismos de defesa psíquica - até certo ponto naturais -, parecem afetar grande parte das pessoas, principalmente as pessoas que, de alguma maneira, se identificaram com o sofrimento do protagonista. E, com certeza, não faltou transferências, projeções e identificações por grande parte do público - especialmente adolescentes. O sucesso de bilheteria atingida pelo filme, bem como pelo clássico em que o filme "Pink Floyd - The Wall" se transformou, são, ambos, fatos que evidenciam a identificação em massa caracterizada pelo frenêsi psicodélico causado pelo filme, especialmente observado no público mais jovem.2 - Discutir como processo educativo pode colaborar no sentido a minimizar a construção de "muralhas", internas ou externas, por qualquer pessoa. As muralhas que construímos podem ser de caráter moral, ideológico, religioso, social, político, econômico, e, no caso do filme: uma muralha psicológica, comprometendo todo o fluxo de pulsões naturais peculiares ao funcionamento adequado do aparelho psíquico. Para ser mais suscinto: discutir como a educação pode servir como um projeto que, de fato, seja capaz de integrar a humanidade - e não fragmentá-la ainda mais, como tem feito ultimamente.Com certeza, o filme em questão tocou de maneira genial e profunda a alma de muitos. Mas, em relação ao filme propriamente dito, algumas perguntas permaneceram no ar: o que são exatamente estes "tijolos" que formam a "muralha"? O que representa a "muralha"? Por que Pink precisou construí-la? Por que todos nós, em maior ou menor grau, também construímos "muralhas" que nos impedem de viver nossos processos internos em plena liberdade? A liberdade, de fato, está dentro da cabeça! Por que as muralhas que impedem o entendimento e o convívio coletivo precisam ser constantemente construídas? É possível que, em algum momento da história da humanidade, de alguma forma, elas tenham deixado de ser construídas? Seria a não necessidade de construção de muralhas psíquica possível apenas em utópicos paraísos? Um paraíso utópico e ideal onde todos os homens se pudessem se entender entre si, e, ao mesmo tempo, pudessem adquirir uma melhor compreensão de si mesmos! Quais os fatores que nos impedem de atingir tais estágios?Por que, apesar da evidente busca natural do homem pelo prazer, tendemos a encarar o sofrimento - tanto o nosso, quanto o alheio - como algo comum, corriqueiro e necessário? Por que motivo, apesar de tão idealistas e bem intencionados, aceitamos viver em um mundo cheio de injustiças, guerras, fome e miséria? Que muralhas são estas que, consciente e inconscientemente, permanentemente construímos em torno dos outros e de nós mesmos? Somos estranhos seres movidos antagonicamente pelo prazer e pelo medo... A muralha da indiferença, do preconceito, da incapacidade de conviver harmônicamente com as diferenças; a muralha da injustiça, do egoísmo, dos interesses mesquinhos, da prepotência, da desconfiança, da insegurança, dos medos - que se transformam em grandes fantasmas, etc.Num prisma mais realista, é duro nos olhar como espécie vítima de nossa própria ambição e crueldade. Obrigados a engolir nossa prepotência, concluímos que, na verdade, não passamos de seres frágeis, sozinhos, isolados e desemparados - num planeta que poderia ser maravilhoso em todos os sentidos - e que, em relação ao universo, não passa de uma poeirinha pairando na imensidão do infinito. Mas onde exatamente a atual educação está falhando? Até que ponto ela está realmente servindo à humanização do ser humano? Por que o homem moderno, quanto mais instruído e racional se torna, mais cínico, insensível, calculista, intolerante e sem ética ele se torna? Não há coisa alguma que uma inteligência bem treinada não possa simular: inclusive o amor, o amor ao próximo, etc. Parece que, atualmente, a espontaneidade e a ética cavaram juntas o seu túmulo.O filme "Pink Floyd - The Wall", não apenas inspira perguntas como estas, como também encerra em seu bojo muitas respostas para as perguntas que levanta, ao aboradar temas como os horrores das guerras, sobre os preconceitos raciais, as injustiças sociais, a intolerância das ditaduras, das ilusões dos relacionamentos tradicionais, enfim, o filme acaba sintetizando de modo brilhante as frustações da nossa complexa civilização moderna - e a atual incapacidade do homem em estabelecer sua identidade humana de maneira não fragmentária. O filme é tão popular entre os jovens, pois constitui igualmente uma crítica ferrenha ao autoritarismo em todas as suas formas; além de constituir uma crítica radical ao sistema de ensino tradicional, especialmente ao sistema educacional inglês da década de 40 - cujos princípios e métodos neurotizantes de adestramento remetem à frieza e à morbidez da Era Vitoriana. Podemos observar, ainda nos dias de hoje, os resquícios desta educação excessivamente tradicional e obsoleta que, amparada por um persistente autoritarismo patriarcal, apresenta sintomas visíveis de desmantelamento. Não obstante, as antigas estruturas ainda coexistem com as emergentes e contribuem apenas para causar muitos estragos na mente das pessoas.Para ilustrar o que seria uma "muralha psíquica", definindo o seu gradativo processo de construção individual, tijolo por tijolo, tomei a liberdade de utilizar um texto de José Carlos EbLing - escrito logo após o lançamento do filme na revista Mocidade, número 309, de 1983.O MURO - POR JOSÉ CARLOS EBLING"Ele nasceu como toda criança normal, em um lar igual aos demais. Sem muita alegria por ele haver nascido, sem muito entusiasmo pelas coisas novas que um bebê aprende a fazer e a dizer, sem muito afeto, carinho ou estímulos. Afinal, todos precisavam sair correndo para o trabalho diariamente, as contas venciam cada mês e precisavam ser pagas. Quem pode arriscar-se a perder o crédito hoje em dia?Ele foi criado pela empregada. Ou melhor, por várias empregadas ao longo de sua infância: pela televisão, pela creche, pelos garotos da rua onde morava e, para dizer a verdade, até mesmo por sua própria mãe.Ainda criança pequena, ele gritava do berço chamando alguém e a empregada gritava: ´CALA A BOCA!!!´. e um muro começou a ser construído entre ele e o resto do mundo. Os gritos da empregada já não importavam. Afinal, eram só mais um tijolo no muro!Os meninos da rua riam dele. Feio, desajeitado e burro. Era o que pensavam a seu respeito. ´Não faz mal´, pensava ele. Afinal, era só mais um tijolo no muro!Aos quatro anos o pai desapareceu. Viajou e levou tudo, até mesmo a alegria e o sorriso do garoto. A mãe nã quis dar muita explicação. Certamente, ele já havia percebido algumas discussões em casa, depois o silêncio gelado à mesa, quando chegavam a tomar juntos a refeição. Ele sentiu falta, muita falta. Mas foi vivendo, assim mesmo. Afinal, era apenas mais um tijolo no muro...Aos seis anos ele foi para a escola. Demorou para ser alfabetizado e a professora deixou claro que não tinha tempo a perder com alunos distraídos. Ele temia ser chamado à frente para ler. Era lento nos exercícios de classe, mas a professora não podia esperar mais. O resultado eram notas baixas.Certo dia, ele entreouviu a conversa da professora com o diretor. Falavam a seu respeito. "Ele não tem jeito. Não creio que deva continuar nesta escola". Ele ouviu e afastou-se, cabisbaixo. Foi para casa sozinho, como sempre. Chegou em sasa e tocou a campanhia, mais por hábito do que para querer anunciar a sua chegada. Como de costume, não havia ninguém. Ele sentou-se na escada pensando na professora. "Não faz mal", pensou. Era apenas mais um tijolo no muro...Ao entrar na adolescência, apaixonou-se pela garota mais bonita da escola. Pensava nela ao ouvir as canções de amor no rádio, e a noite sonhava com ela. Mas não tinha coragem de dizer isto a ninguém.
Resolveu, entretanto, escrever-lhe um bilhete. Para quê?! Ela contou às colegas e todos riram dele. Ele corou de vergonha, pavor, ódio, ou uma mistura de tudo. E mais tijolo foi posto no muro.
O exército seria a resposta. Iria fazer carreira militar, ser homem de verdade e todos o respeitariam.
Alistou-se. Fez os exames, pediu ao sargento que o deixasse servir, mas foi dispensado por excesso de contingente.
Mais um tijolo no muro!O muro já estava crescido, enorme, intransponível, formando uma sólida barreira entre ele e as pessoas; entre Deus e ele próprio.
O muro começou a servir de pretexto para deixar de tentar ou ´ir levando´.
Viver o momento presente sem grandes pretensões; aceitar tudo o que a vida teria a lhe oferecer, sem tentar alterar coisa alguma. Satisfazer aos próprios desejos e não se envolver com outros, a ponto de ajudá-los. Ele chegou a definir a vida como algo sem graça. Desespero não seria bem o termo exato, mas desesperança. (...)" - a continuar como conclusão finaldo trabalho.A SINOPSE DO FILME Resumidamente, o filme conta a história de Pink - um astro de Rock que, devido às dificuldades de sua vida, desenvolve o que tecnicamente arriscaria diagnosticar como um quadro avançado de esquizofrenia, agravado (ou amplificado) pelo uso de drogas.
Pink tem uma infância afetivamente complicada, em que sofre tremendamente com a morte do pai - que, com os demais aliados, defendia a pátria Britânica na Segunda Grande Guerra contra os horrores provocados pelas ditaduras nazi-facistas e pelo Império Nipônico (o Eixo). Rogers Waters não declara oficialmente que o filme seja um autobiografia, porém, em uma de suas músicas, Rogers Waters escreve:
"Daddy´s flown across the ocean Leaving just a memorySnapshot in the family albumDaddy what else did you leave for me?"Uma versão adequada para o português seria:
Papai voara através do oceano/ deixando apenas uma memória/Um vazio nos álbuns de família/ Papai o que mais você deixou pra mim?
O que nos leva a crer que, de certa forma, o filme é uma espécie de desabafo do artista, frente à dura realidade causadas pela privação do elemento masculino na sua criação. Um desabafo nada sutil, mas silencioso...Pink cresce, portanto, sem a figura masculina por perto, ficando sob os cuidados de sua mãe: uma mulher gorda, bastante feia, e extremamente superprotectora, em todos os sentidos.
Sem a menor sombra de dúvida, estes fatos constituíram claramente os tijolos iniciais para o começo da construção de sua própria muralha psíquica. A mãe de Pink -patologicamente superprotetora -
é capaz de sufocálo apenas com seu olhar que era, ao mesmo tempo, contraditoriamente tenro e autoritário: pois, ao mesmo tempo em que ela era sua provedora absoluta, parecia não permitir que ele tivesse personalidade própria ou autonomia para realizar algum intento por conta própria.
Na seguinte letra da música "Mother", da trilha sonora do filme, podemos constatar:"Mother do you think they´ll drop the bomb?
Mother do you think they´ll like this song?
Mother do you think they´ll try to break my balls?
Mother should I build the wall?
Mother should I run for president?
Mother should I trust the government?
Mother will they put me in the firing line?
Mother am I really dying?
Hush now baby, baby, don´t you cry!!
Mother´s gonna make all your nightmares come true
Mother´s gonna put all her fears into you
Mother´s gonna keep you right here under her wings:
She won´t let you fly, but she might let you sing
Mama will keep baby cozy and warm...
Oooh, baby! Ooooh baby! Ooooh baby...Of course: mama´ll help to built the wall!
Mother do you think she´s good enough?
To me...Mother do you think she´s dangerous?
To me...Mother will she tear your little boy apart?Mother will she break my heart?
Hush now baby baby don´t you cry!
Mama´s gonna check out all your girlfriends for you
Mama won´t let anyone dirty get through
Mama´s gonna wait up unitl you get in
Mama will always find out where you´ve been
Mama´s gonna keep baby healthy and clean
Ooooh, baby! Ooooh, baby! Ooooh, baby!You ´ll always be baby to me!!
Mother did it need to be so high?


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